quinta-feira, 3 de março de 2011

Debutamos!


Gente disposta a se divertir. Que encontrou diversão (no mínimo) na medida de sua expectativa. A nossa foi além. O debut do Bota Calhau não deixou espaço para faltas - exceto a de tempo, sempre insuficiente para satisfazer a ânsia de mais e mais alegria.

De "Mamãe, eu quero" a "É hoje o dia", o Ministério do Samba mostrou propriedade no quesito carnaval. O bloco invadiu a praça, tomou-a festivamente. E lançou-se a dançar para o lado de fora do Paribar - um bar para chamar de seu.

Estava lindo: amigos antigos e os recém apresentados dançando e se abrançando uma noite inteira. A banda aprendeu na hora a marchinha do Bota Calhau. E, no bis, para encerrar a noite, os músicos já estavam fazendo backing vocal.

Um e outro morador de rua se aproximaram da festa. Ao que recordo, não houve indelicadezas, nem intenção clara de se aproveitarem da distração dos foliões para se apropriar de qualquer bem. Também não me lembro de ninguém recriminando-os. Viram a festa e participaram dela - mais de perto ou mais de longe, ouvindo a música. Salve simpatia!

A noite nos tirou a todos para dançar e para sorrir. Para sermos melhores. Na lembrança, está cravada uma dessas memórias com jeito de para sempre. Quem lá esteve, entende o sentido dessa emoção. Não há prazer maior que organizar uma festa para fazer seus amigos felizes. Dizia uma velha propaganda (duma cerveja ruim): "a melhor cerveja é aquela que celebra a vida".

Cerca de 60 pessoas passaram pelo Paribar na terça-feira, 2 de março. O chopp acabou antes da meia-noite. Mas havia cerveja beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem gelada até o fechamento.

De lá, saideira na Gruta.
É, o Bota Calhau aconteceu.

Iremos nos reunir outras vezes ao longo do ano e articular melhor o bloco (isso também é conhecido como desculpinha sem vergonha para cachaçar em grupo). De todo modo, haverá sempre uma oportunidade para quem quiser ir participando do bloco até o próximo carnaval!
As fotos estão disponíveis na página do bloco no Facebook.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dois chopps pelo preço de um

O Bota Calhau se reúne pra valer amanhã no Paribar (Praça Dom José Gaspar, 42), a partir das 21 horas. Teremos uma banda de carnaval, além dos músicos de redação, como o autor e compositor da marchinha, Arnaldo Afonso, e tocadores de caixinha de fósforo.

Para os participantes do bloco, o dono do bar, o Luiz, lançou o "chopp em dobro" até meia-noite: dois chopps pelo preço de um. O couvert artístico é de R$ 6.

Aproveitamos para agradecer o empenho dos colegas que ajudaram na organização do evento, elaboração da música e do logo (arte feita por Marcos Müller, ilustrador do Estadão) que, infelizmente, alegrou apenas o banner do blog. No próximo ano, teremos camiseta. Aguardem.

Esperamos todos lá amanhã - com chuva ou lua!

Bota Calhau - a letra da Marchinha

Bota Calhau, que hoje é carnaval
Por Arnaldo Afonso

Se o Meirelles fosse anunciar
Um grande aumento de salário
E se trocando as bolas declarasse
Que resolveu sair do armário

Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval
Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval

Se numa coletiva sobre o PAC
A dona Dilma desdissesse o que não disse
Se ela tivesse um piripaque e anunciasse
Seu casamento com a Erenice

Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval
Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval

Ai, ai ai
Plantão, pescoção e o escambal
Ai, ai ai
É uma putaria esse jornal
Tira e bota calhau, tira e bota calhau
Dá o furo, etecétera e tal
Tira e bota calhau, tira e bota calhau
Dá o fora que hoje é carnaval

Se o Serra declarasse um belo dia
Sem mal humor e sem rancor, sem dor, nem culpa
Que já não quer mais pedalar com a Soninha
Porque adorou levar o Kassab na garupa

Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval
Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval

Se eu namorasse a netinha do Sarney
Se ele me desse uma tetinha no Senado
Mamar na neta não tem treta, tudo okay
Mamar nas tetas do Senado é que é pecado

Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval
Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval

Ai, ai ai
Plantão, pescoção e o escambal
Ai, ai ai
É uma putaria esse jornal
Tira e bota calhau, tira e bota calhau
Dá o furo, etecétera e tal
Tira e bota calhau, tira e bota calhau
Dá o fora que hoje é carnaval

Quando Obama declarou que Lula é o cara
FHC entrou em deprê intelectual
Até sonhou que a Casa Branca anunciava
Joel Santana porta-voz oficial

Bota calhau, bota calhau
Bota calhau que hoje é carnaval

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bota Calhau esquenta a noite no Paribar

Empolgado com a escolha de seu bar para sede (etílica) do Bota Calhau, seo Luiz, dono do Paribar, garante uma garrafa de cachaça Santo Grau como cortesia para os presentes e amendoim até as 2h. É que a cozinha fecha à meia-noite, ele explica.

O grupo se junta a partir das 21h. Às quintas, rola blues até as 22h30. Depois, é se jogar no samba com voz e violão. O compositor da marchinha do Bota Calhau, Arnaldo Afonso, irá apresentar a música oficialmente hoje.

Ele mesmo nos dá essa palhinha da versão curta da composição:
Nem que um prefeito, um empresário ou um senador
Num depoimento em cadeia nacional
Nos confessasse tudo aquilo que roubou
Nem assim, nem a pau, seu Lalau, dou as caras naquele jornal
Bota calhau... bota calhau...
Bota calhau que hoje é carnaval!!!
Ai... ai ai...plantão, pescoção e o escambau...
Ai... ai ai...é uma putaria esse jornal:
Tira e bota calhau
Tira e bota calhau...
Dá o furo!
Etc e tal!



O criador e a criatura
Para compor a melodia da marchinha, Arnaldo procurou no estilo de Lamartine Babo sua inspiração. “E interpretei de forma bem jocosa, como se fosse um palhaço que estivesse cantando”, conta.

Não é para menos. A letra toda satiriza os principais atores e situações da política brasileira. “Os políticos riem de nós o ano todo. Agora, é a nossa vez”. “Calhau neles”, diverte-se.

Arnaldo Afonso desenha a primeira página do Estadão e chefia a Diagramação. Está no Grupo Estado desde 1994.

Com a jornalista Alessandra da Mata, da Agência Estado, forma a dupla de cantores/clowns, chamada Companhia de Não-Músicos Profissionais (www.myspace.com/ciadenaomusicos). Ambos interpretam contos tragicômicos do escritor José Roberto Torero, musicados pelo próprio Arnaldo Afonso.

O gosto pela música começou criança, quando inventava personagens-artistas e criava músicas para que “eles” a interpretassem. Adolescente, começou a participar de festivais como letrista, o que o encorajou a aprender a tocar violão.

O Paribar fica na Praça Dom José Gaspar, 42, atrás da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, no Centro.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Johnny's Bar abre a Maratoma

O Bota Calhau promove hoje a primeira Maratoma - o esquenta itinerante - no Johnny's Bar, a partir das 21 horas. Além de beber e rever os amigos, o objetivo é cooptar novos foliões.

O Johnny fica ao lado do prédio do Estadão, na Avenida Celestino Bourroul, 180, Limão. Hoje, aliás, é dia de cachorro-quente da Sandra (mulher do Johnny), com molho especial.
Mas quem gosta de comida de botequim, a recomendação é experimentar o bolovo ou experimentar um dos pasteis da casa.

No freezer, além das marcas tradicionais de cerveja (Skol, Brahma e Original), tem Heinecken, Norteña, Patrícia e Cerpa.
* Caricatura feita por Carlinhos Müller, do Estadão

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Metalinguística: Bota Calhau por ele mesmo

Para não deixar dúvidas quanto à definição do Bota Calhau, a repórter Jussara Soares, do Diário de S. Paulo, e uma das idealizadoras do bloco, recorreu ao dicionário jornalístico e carnavalesco, de onde extraiu que:

Calhau – Anúncio do próprio jornal usado para cobrir espaço não utilizado na página.

Botar calhau - Significa acelerar o processo de fechamento colocando um anúncio em lugar do espaço inicialmente previsto para a matéria.

BOTA CALHAU- Bloco da imprensa paulistana criado por jornalistas bambas e outros nem tanto que querem sair cedo da redação e ir pro samba. Tem fins lucrativos de alegria ampla, geral e irrestrita. Mas não paga nada, só o que você beber nos esquentas itinerantes, nos bares perto da redação, e no Paribar, na Praça Dom José Gaspar, todas as quintas-feiras a partir das 21h e tals. O Bota Calhau começou como uma brincadeira. E vai ser até o fim.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Maratoma - o esquenta itinerante

O primeiro encontro do Bota Calhau rendeu, como era de se esperar, sugestões para novos intercâmbios carnavalescos entre as redações.

Cerca de 30 jornalistas passaram pelo Paribar, na Praça Dom José Gaspar, ontem, dos mais diversos recantos: Diário de S. Paulo, O Globo, Jornal da Tarde, Agora São Paulo, UOL, CBN, Abril e, entre outras, das assessorias do Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça.


Infelizmente, nossos diretores sociais ainda não estavam na posse de seus cargos e não providenciaram imagens de todos os participantes do evento.

Do encontro, duas certezas: a de que o Bota Calhau conquistou corações e se firmou como bloco carnavalesco da imprensa paulistana e que é preciso beber mais em razão disso.

Assim, foi criada a Maratoma - o esquenta itinerante do Bota Calhau. Toda semana, haverá um encontro entre os membros da agremiação em um boteco próximo de uma das empresas jornalísticas da capital.

Quem quiser, pode sugerir por um bar bacana perto de sua redação.

O primeiro Maratoma será no Johnny's Bar, ao lado do Grupo Estado, na próxima terça-feira, 8, a partir das 21 horas. Além da cerveja gelada e do melhor bolovo de São Paulo (na opinião de críticos de botequim), haverá roda de samba e ensaio geral para afinar a marchinha.

O Paribar, contudo, continua sendo a sede oficial do bloco, com encontros regulares agendados até o carnaval, todas as quintas-feiras, também a partir de 21h.

Na página do Bota Calhau, no Facebook, há mais fotos do encontro.


Confira, curta, participe.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Jornalistas&Cia

O Jornalistas&Cia publicou hoje nota sobre o Bota Calhau. A nota faz menção à prévia que o bloco fará nesta quinta, dia 3 de fevereiro, no Paribar (Praça Dom José Gaspar, 42), a partir das 20h30.

Os membros da recém-criada agremiação irão discutir a letra e a melodia da marchinha - feita por Arnaldo Afonso, chefe da Diagramação d'O Estado de S.Paulo, músico e compositor - e do logo do bloco - criação do ilustrador e chargista Marcos Müller, também do Estadão.

Também serão definidos o local de concentração do Bota Calhau, prevista para o próximo dia 26, e a confecção das camisetas dos participantes.

Informações pelo e-mail: botacalhau@gmail.com.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Escola de Nova Friburgo, no Rio, veste luto

"Ao seu lado, o sol não brilhará/um rio nasceu do pranto, por ele naveguei", diz um trecho do samba-enredo da escola Unidos da Saudade, agremiação de Nova Friburgo, no Rio. Desde a última quarta-feira, 12 de janeiro, a quadra da escola serve de abrigo para os corpos das vítimas das enchentes da região serrana do Rio de Janeiro.

No lugar das fantasias, os caixões. Mais de 140 passaram por ali. A prefeitura escolheu o local para abrigar as vítimas devido ao tamanho e por ser coberto. Fundada em 1948 e 18 vezes campeã - incluindo o título do carnaval friburguense de 2010 -, a escola declarou luto e não irá desfilar neste carnaval.

Em entrevista ao site UOL, Luiz Carlos Teixeira, presidente da Unidos da Saudade, declarou não querer samba este ano. "Somos sambistas, mas não queremos Carnaval este ano. Não há clima.

O samba hoje é triste. A única alegria é poder servir esse espaço para uma necessidade da população”. Eram 680 pessoas mortas até agora, quase 14h30. O número de desabrigados e desalojados somam, por enquanto, 21 mil. Um cenário desolador.

Sim, o samba entristeceu - como toda gente. Na internet, encontrei um vídeo sobre o "poeta que se inspira nas enchentes" - o repentista Manoel José Filho, de Palmares, Pernambuco. Que questiona a (má) administração municipal e classifica a cidade de "antro de tapete e lama". A partir dos 4 minutos, Manoel declama seus versos.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sambas de 2011

Não é preciso gastar dinheiro para decorar os sambas das escolas de São Paulo. Nem ficar "vendido" durante o desfile - ou na cobertura jornalística - sem qualquer tipo de informação sobre as agremiações.

O site da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo traz a ficha técnica das escolas, com o nome do samba deste ano, autor, endereço das quadras, com telefone e site de cada uma, caso possuam página na internet.

Na página incial da Liga, os sambas deste ano estão disponíveis para serem ouvidos gratuitamente. O endereço: http://www.ligasp.com.br/.

Falar em samba, letra e música do Bota Calhau estão sendo produzidas por nossos colegas de redação. Em breve, mais notícias aqui, no Twitter e no Facebook.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Auto-estima do paulistano

Alguma coisa acontece no meu coração - sim, e é arritmia, desgosto - quando os primeiros acordes de "Sampa" ressoam em pretensa homenagem à cidade. Tá. Admito, a música é bonita.

Mas "[São Paulo] Meu coração e você são um novelo de lã, são viadutos vazios, são três horas da manhã", dos versos da canção "Bom dia São Paulo", do saudoso Zé Rodrix e Tico Terpins, gravada pelo Joelho de Porco, são tão poéticos quanto a canção de Caetano Veloso.

No samba, na bossa, na fossa, na velha e nova MPB não faltaram homenagens. Inclusive de nossos vizinhos, como Jorginho do Império (Serrano), que gravou, em 1976, "Eu canto São Paulo":

"São Paulo, das noites de frio,
No Rio, sinto mais calor,
O Rio, me inspira em poesia,
São Paulo, me inspira em amor!"

E "Dobrado de amor a São Paulo", o poetinha Vinícius de Moraes também deixou a sua contribuição, lembrando que, "se o frio aperta, abraço mais o meu amor". Tom, "Te amo São Paulo" - embora, inegavelmente, não seja uma de suas letras mais encantadoras. Pois é.

Demônios da Garoa cantou "Isto é São Paulo"; Billy Blanco deu "Viva ao Camelô", cantou a "Rua Augusta", a "Capital do Tempo". Adoniram Barboza compôs "Praça da Sé" e "Um samba no Bixiga", Eduardo Gudin e Costa Netto, "Paulista", Itamar Assumpção, "Venha até São Paulo".
A surpresa, contudo, está na absoluta ausência de arquivos de áudio e vídeo.
Se nossa auto-estima amarga, por certo, parte disso se deve a pouca importância atribuída à nossa memória, história e cultura - particularidades tais muito presentes não apenas no Rio, mas no Recife, em Belém, em Porto Alegre.
Depois de muita pesquisa, encontrei uma raridade: em 1968, Tom Zé recebeu o prêmio especial do júri, no festival de música da TV Record, com "São São Paulo" - ou "São Paulo, meu amor".
Somos ao menos três milhões a mais que nos fins daquela década, que ainda carrega São Paulo no peito, apesar de todos os seus defeitos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é

Pra não repetir (quase sempre) que São Paulo era o túmulo do samba, um carioca muito amável e devoto fervoroso dos blocos do Rio, Felipe Grandin, dizia que iria fundar, aqui, o Gurufim do Samba. Gurufim é um velório com festa.

São Paulo tem céu nublado - de tempestade ou poluição - a maior parte do ano, trânsito todos os malditos 365 dias e aquela obra genial, cortando o centro, o Elevado Costa e Silva. Tem bar com coqueiro, outro que se chama Prainha, apesar de a porção de mar ficar a pelo menos cem quilômetros daqui. Reclama que trabalha demais e vai pro boteco pra falar do trampo até mais tarde.

Mas tem alma de brasileiro - essa porção genuinamente festiva, que escancara o riso e vibra e grita nas arquibancadas "é carnaval". Todo mundo é meio bamba, é meio samba. Ainda que apenas n'alma.

O Bota Calhau surge assim: inspirado no bloco "Imprensa que eu gamo". No melhor estilo, concentra, mas não sai - que paulistano só sai em off. Nasce do amor incondicional à farra e à boemia.

Ziriguiduns - ou não - das redações da capital, sambá, sambé, sambi, sambó, sambu!

O Bota Calhau irá se reunir em um bar a ser definido - na região Central - uma semana antes do início do Carnaval: pra beber, rir, reclamar e mais.

Estão todos convidados! Bora lá!